CAFÉ
Eu não estou falando tudo
pra implorar pra você ficar
estou falando tudo
pra lhe informar de que eu vou
enquanto passo o café
Enquanto passo o café
ele vai traduzindo as coisas
e enquanto as coisas passam
vamos tomando café
E quando já não dá pé
é difícil livrar do vício
corpos acham que é ofício
e seguem acostumados
se livrando do gosto do risco
botam açúcar no café
E quando tudo desaba
às vezes ferver a água
às vezes passar o café
sentir o cheiro do café
é melhor que tomar o café
(Karina Buhr)
com um cigarrinho então.
ResponderExcluirPô, sou viciada nisso!
ResponderExcluirMas só sentir o cheiro não dá.
beijo de café____hummmm ;)
ResponderExcluirshow no RJ não rola?
aguardo.
beijos
Boa noite.
ResponderExcluirPoema maravilhoso. Especialmente esse trecho (sem desmerecer o restante, claro):
"E quando já não dá pé
é difícil livrar do vício
corpos acham que é ofício
e seguem acostumados
se livrando do gosto do risco
botam açúcar no café"
Sua poesia é um canto (e digo 'canto', porque percebi ritmo) contra a mesmice à qual, não raramente, nos entregamos apenas por medo ou preguiça de começar de novo.
Também achei lindo isso:
"às vezes passar o café
sentir o cheiro do café
é melhor que tomar o café"
A liberdade é assim. Nem precisamos estar totalmente livres. Mas é importante que sintamos sua possibilidade.
Enfim, adorei o poema. E disse o porquê.
Parabéns, Poetisa!
Grande abraço!
que lindo, Karina :)
ResponderExcluircafé sempre! o preparar o café às vezes se torna mais prazeroso mesmo! no meu caso, o meu café está em constante preparação.
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